quinta-feira

Nota de Esclarecimento!


Importante:
Não é prática da Cia Jazzcira, expor detalhes pertinentes à produção, muito menos das pessoas que a compõe. 
Faço-o agora, em caráter extraordinário, com o intuito de esclarecer informações imprecisas que foram divulgadas, à nossa revelia, na Rede (internet).

Eu sou Henrique Barros. O produtor do projeto “Afro Sambas. 45 anos”. Muitas pessoas que receberão esta carta me conhecem, e, com surpresa, muitas acreditaram no que foi dito sobre a minha pessoa e o meu trabalho.
Sábado, tive acesso ao manifesto que corre na internet. Mas não que tenham enviado uma mensagem para mim ou tenham postado no meu mural no facebook. Um amigo me avisou.

Aqui quero colocar a outra parte da verdade que faltou. A outra parte da História.
Falam de uma apropriação dos valores da periferia. Como se eu tivesse vindo do outro lado da ponte e tentasse me apropriar dos que estão desse lado. Eu vivi a minha infância inteira entre uma casa no Campo Limpo e o Jardim Helena, em Taboão da Serra. Minha mãe conseguiu comprar em 1983 essa casa (onde vivo até hoje) no Jardim Guaraú, esquina com o Monte Alegre, Taboão da Serra. Quebrada e Periferia. Vivendo aqui, presenciei, como freqüentador, o nascimento de duas grandes iniciativas da Zona Sul: Sarau do Binho (ainda Noite da Vela) e os primeiros encontros que o Sérgio Vaz fazia na lanchonete ao lado do CEMUR. Não surgi, por acaso, na Zona Sul.

Alegaram também, não na carta, mas nos comentários posteriores, que a Cia Jazzcira é uma empresa sediada na Vila Madalena. Outra informação totalmente errada. Cia Jazzcira foi o nome dado para uma banda formada por amigos – Igor (morador de São Caetano do Sul) – Vini (morador do Heliópolis) – Juninho (morador do Bairro de Joanópolis) e eu (morador do Guaraú) -  em outubro de 2009 (três meses antes do surgimento da idéia de montar o show “Os Afro Sambas – 45 anos”). A Cia Jazzcira nunca teve sede alguma e nem CNPJ. O que mudou é que, hoje, se uniram ao time: Maurício (morador do Jardim Fim de Semana), Adriana (moradora da Pompéia), Negrita (morador de Santo André) e o mais novo Edson Luna (morador de Pirituba). Perdemos no caminho o Juninho.

Esclarecido esses dois pontos importantes gostaria de me ater ao texto de acusação na nota divulgada.

O que me levaria a dispensar essa parte da equipe, e não o restante?
O que me levaria, após 15 meses envolvido no projeto (sim, o projeto começou antes das cantoras chegarem) e com 6 shows marcados, tendo feito apenas 2, a dispensar 7 cantoras, colocando em risco o trabalho de um ano e três meses e fazendo com que as duas apresentações seguintes necessitassem ser canceladas? (Samba do Monte e Mostra do Monte Azul)

Foi mesmo assim, de repente, o aviso para as cantoras?
Se a dispensa foi tão “grosseira”, “pouco profissional” e “agressiva”, por que é que os outros músicos e coletivos (a maioria também da periferia) continuam no projeto e não saíram com elas?

Que genialidade encontrou a equipe para, em duas semanas, conseguir utilizar o arranjo feito pelo grupo para sete cantoras em apenas três que chegaram para cumprir parte do compromisso?

As cantoras já tinham recebido em várias oportunidades em avisos relacionados à atrasos constantes e faltas, o que atrapalhava o andamento da produção, prejudicando inclusive os outros profissionais envolvidos.

Quanto à ajudas de custo, ninguém recebia, ou recebeu qualquer tipo de ajuda de custo para transporte, alimentação, etc. Todos que aceitaram vir participar tinham conhecimento. Não houve enganação. 

Infelizmente, saíram do projeto Camila Trindade, Grá Soares, Luca Lorenzi, Marilia Duarte, Paula da Paz, Rafaela Nascimento e Renata Grazzini, por motivos estritamente profissionais.

No dia 01 de maio, ao comunicar a cada uma delas o porquê não poderíamos mais trabalhar juntos, repassei a informação que eu havia recebido da Prefeitura quanto aos pagamentos dos shows:
“O Pagamento dessas apresentações, conforme contrato junto à Prefeitura, será efetuado 30 dias após o último show. Ou seja, a Prefeitura vai pagar pelos shows dia 29 de junho. Assim que isso acontecer eu irei depositar na conta que vocês me informarem por email, a parte de cada uma, relativa aos shows que vocês participaram”.

Hoje, dia 27 de junho. Ninguém do elenco recebeu. O repasse só será realizado dia 29 (será depositado na conta de uma empresa que nos representa junto à Prefeitura)

Ao contrário do que falam no manifesto, as cantoras foram informadas também da continuidade do projeto sem elas.

Dia 01 de maio, a Prefeitura já havia distribuído a agenda com a divulgação dos dois próximos shows. 26 e 29 de maio e esse fato acabou por fazer circularem as imagens de divulgação do projeto ainda com as 7 cantoras. Apenas sobre esse assunto peço desculpas publicamente, mas foi algo que ficou fora do meu alcance e em nenhum momento caracterizou apropriação indevida de imagem ou coisa assim.

Espero, sinceramente, que o relato acima, possa, minimamente, reconsiderar a primeira impressão causada. O projeto continua, respeitando todos os profissionais envolvidos até hoje e cumprindo sua função de resgatar uma parte dessa linda história que foram os Afro Sambas de Baden e Vinicius.

Atenciosamente,
Henrique Barros
27 de junho de 2011
 
(Esta nota de esclarecimento foi redigida em 27 de junho de 2011, sua publicação só ocorreu após todos os que, hoje, fazem parte do Projeto Afro Sambas – 45 anos, terem tomado ciência do conteúdo)